domingo, 13 de janeiro de 2013

Após muitos desafios, Maíra Silva se diz realizada no atletismo e sonha com Olimpíadas

Notícia extraída do site: http://www.ifronteira.com/imais-perfil-44667

Erika Foglia
  • Maíra Silva atualmente integra a equipe de atletismo de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atleta já fez parte da Seleção Brasileira de Ginástica Artística (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atualmente, Maíra Silva treina pelo Clube de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atleta já fez parte da Seleção Brasileira de Ginástica Artística (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atleta já fez parte da Seleção Brasileira de Ginástica Artística (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atleta já fez parte da Seleção Brasileira de Ginástica Artística (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atleta já fez parte da Seleção Brasileira de Ginástica Artística (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atualmente, Maíra Silva treina pelo Clube de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atualmente, Maíra Silva treina pelo Clube de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
  • Atualmente, Maíra Silva treina pelo Clube de Pinheiros, em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal/Maíra Silva)
    Ver galeria
Clique na imagem para expandir.
Apenas 21 anos de idade e muita história para contar. A atleta Maíra Silva, prudentina, que atualmente integra a equipe do Clube de Pinheiros, em São Paulo, começou no esporte ainda criança, com 8 anos. Atualmente ela se dedica ao salto com vara e é uma das grandes promessas na modalidade, mas já treinou com grandes nomes da ginástica artística quando fez parte da Seleção Brasileira, ao lado de Daiane dos Santos e Jade Barbosa.
Maíra passou parte da sua infância no bairro Ana Jacinta, em Prudente, e como ela mesma costuma dizer, desde que era criança, de alguma maneira ela já trabalhava, pois desde muito pequena, sua principal brincadeira era dar cambalhotas na rua.
“Acho que já nasci atleta. Desde pequena sempre fui muito ativa e me interessava bastante por tudo o que me desafiasse. Quando eu dava cambalhotas na rua, gostava muito porque as pessoas falavam que eu era boa e eu achava lindo o que fazia”, conta.
Foi dessa maneira que a atleta começou a treinar, ainda em Presidente Prudente. “Foi muito difícil no começo. Os locais que passei na cidade não tinham estrutura e por várias vezes treinávamos apenas em cima de colchões jogados no chão. Depois que a ginástica acabou no município, fiquei sem a prática por quase um ano, até que meu primeiro professor fez uma proposta para minha mãe. Nessa época, eu tinha 8 anos de idade”, fala.
A proposta foi para participar de um teste e treinar em Guarulhos (SP). “Ficamos morando por sete meses dentro do ginásio em que eu treinava e, somente quando eu comecei a me destacar no esporte, recebi uma ajuda de custo da Prefeitura. Com isso, alugamos uma casa, mas o dinheiro era pouco e passamos por muitas necessidades. Minha mãe, por diversas vezes, precisava pedir comida fiado em um mercado para nos alimentar. Mas chega de tristeza, pois logo chegou a parte legal”, revela.
Tal parte aconteceu a partir de seu destaque em Guarulhos, quando ela se tornou uma das principais atletas do clube e as conquista profissionais e pessoais começaram a aparecer.
“Aos meus 14 anos, surgiu a primeira oportunidade para me tornar uma atleta mundial. Não foi fácil, mas sabia que não era impossível, pois eu acreditava muito no meu potencial. A seletiva para integrar a Seleção Brasileira foi difícil, concorri com meninas do país inteiro e fui selecionada entre as 16 melhores. Treinávamos de segunda a sábado, sete horas por dia e estudávamos nos intervalos com professores particulares, já que não tinha como acompanhar os horários de uma escola normal. Não éramos adolescentes normais, sabíamos disso. Mas, ao mesmo tempo que tínhamos nossa adolescência privada, éramos privilegiadas por estar construindo nossa carreira na seleção”, salienta.
Após anos dedicados à ginástica, Maíra rompeu o ligamento do ombro esquerdo pouco antes de uma competição importante no Canadá. Por sua própria opção, ela preferiu se tratar e operar o ombro ao invés de competir machucada. Ela conta que foi uma grande desilusão para ela, pois achava que nunca mais se recuperaria e não conseguiria voltar a treinar.
Porém, apesar da carreira como ginasta artística ter acabado ali, ela resolveu voltar para Presidente Prudente. Maíra conta que quando encerrou a carreira na Seleção Brasileira, engordou muito e então, começou a correr na pista de atletismo da Unesp para manter uma atividade física.
“Foi aí que tudo mudou. Comecei a treinar com a equipe de atletismo e fiquei em Prudente por cinco anos. Há dois anos, o técnico de salto com vara do Clube de Pinheiros, Henrique Camargo, conheceu meu trabalho e me chamou para passar uma experiência de treinamento com o grupo dele. Acabei não indo por causa de lesões e fiquei quase dois anos sem fazer resultados, quase desisti do esporte. Mas, com o apoio do meu namorado, Marcus Vinicius Borges, que também já foi atleta, voltei a acreditar no meu potencial. Ele me incentivou a enviar um e-mail para o meu atual técnico e dizer que eu gostaria de treinar com ele”, conta. E assim ela o fez.
Antes de duas competições importantes para sua carreira, Maíra diz que foi treinar na equipe de Pinheiros e conseguiu resultados melhores do que ela esperava, depois de quase dois anos parada.
“Virei a vice-campeã brasileira e vice-campeã sul americana na categoria sub-23 no salto com vara. Ainda não fazia parte da equipe de Pinheiros, só treinava com ele para as competições e não sabia se ia ou não fazer parte do grupo. Acredito que minha permanência foi consequência do meu trabalho e da minha dedicação como atleta”, fala.
Completamente realizada, Maíra revela que está em um dos melhores clubes, que oferece aos atletas tudo o que eles precisam como estrutura para treinamento, uma boa alimentação, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e nutricionistas. “Além disso, o clube possui um excelente grupo técnico, uma super administração e, o mais importante, confiança e incentivo aos atletas. O clube hoje é famoso nos esportes em geral, com isso, é uma referência nacional e mundial para o esporte brasileiro. Só tenho a agradecer pela confiança. Atualmente vivo na Vila Madalena, em São Paulo, com outras duas meninas em um apartamento que o clube nos oferece”, salienta, satisfeita.
Sobre suas expectativas e sonhos para o futuro, a atleta revela que sabe que terá que enfrentar muitos desafios este ano e, para isso, precisa estar em planas condições físicas e psicológicas para superar os próprios limites.
“Meu ano começa cedo. Já em fevereiro tenho as primeiras competições e dependendo dos resultados, 2013 será cheio. Meu recorde atual é de 3 metros e 90 centímetros. Mas, minha expectativa neste começo de ano é atingir a marca de 4 metros e 20, pois com isso fico bem colocada no ranking brasileiro. Mas tudo pode acontecer. Quem sabe acabo saltando 4 metros e 50 centímetros e consigo ir para o Mundial? Meu maior sonho é as Olimpíadas, como todo atleta. Porém, não quero apenas ser mais uma e, sim, fazer história no meu país”, diz, esperançosa.
Sobre voltar para Presidente Pudente, Maíra revela que o que a deixa triste é saber que não tem como seguir sua carreira na cidade natal, mas que pretende voltar um dia, nem que seja quando se aposentar.
“Estou muito acostumada com a vida no interior e não com as pessoas e a loucura de uma capital. Tenho muita relação com as pessoas de Prudente, minha família toda está na cidade, meu namorado e meus amigos de verdade. Sinto muita falta de tudo isso. Presidente Prudente é minha casa. Pretendo voltar, sim, um dia”, finaliza.

Com base na Lei 9.610/98, toda e qualquer reprodução do portal ifronteira.com deve apresentar a seguinte referência: Fonte iFronteira.com para texto e autor da foto/iFronteira.com para as imagens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário